A triste tarde daquela quarta-feira, 27 de maio do ano de 2009, jamais será esquecida. Foi exatamente nesta data (27 de maio de 2009), que a população Cocalense presenciou um dos maiores desastres da história do Piauí: o rompimento da Barragem Algodões I, localizada no município de Cocal-PI. Nos dias anteriores, chovia muito no Vale do Pirangi, na divisa dos Estados do Piauí com o Ceará, e o volume de água da Barragem de Algodões l, crescia a todo momento, de forma assustadora.
As famílias que moravam em áreas consideradas de risco, foram então removidas para abrigos públicos pela Defesa Civil. O Governo do Estado pediu com urgência um estudo técnico sobre a segurança da barragem, construída no final dos anos 1990 e que depois disso não recebeu a devida manutenção.
O engenheiro responsável pelo projeto de sua construção, Luiz Hernani Carvalho, um especialista em barragem de renome nacional, foi chamado a fazer uma inspeção na obra.
O engenheiro (LUIZ HERNANI CARVALHO), veio a Cocal e, após a perícia técnica na Barragem Algodões, ele deu o seu parecer definitivo: dizendo o seguinte: “Rasgo o meu diploma se essa barragem romper”.
Com a afirmação do engenheiro, as famílias, já impacientes nos abrigos públicos, foram assim autorizadas a retornar para suas casas. Mas algo dizia que a situação da barragem não era de confiança e que a mesmo poderia vi a se romper a qualquer momento. A construtora que trabalhava na recuperação das fissuras de seu paredão, por exemplo, retirou apressadamente suas máquinas do local.
Desta forma, mal o engenheiro responsável pelo projeto de construção da barragem deu as costas e após uma chuva de 102 milímetros em apenas quatro horas, as águas abriram violentamente uma fenda de 50 metros na parede do sangradouro e ela rompeu, por volta das 16 horas, causando uma verdadeira tragédia que marcou tristemente a história de Cocal.
Um tsunami com ondas de 10 metros e uma velocidade de 80 Km/ h
Com o rompimento da represa, um verdadeiro tsunami passou a devastava, então, todo o Vale do Pirangi, na maior tragédia ambiental do Piauí. As águas furiosas desciam o rio em ondas de 10 metros de altura e a uma velocidade de 80 quilômetros por hora. Os ventos uivavam com terror.
Fazendas, Casas, bares, postes, árvores, estradas, barracas e dezenas de estabelecimentos recreativos que se distribuíam ao longo de quase 2 quilômetros no leito do Rio Pirangi, abaixo da barragem, no povoado Franco, nos arredores de Cocal, eram engolidos violentamente pelas águas.
A força das águas atingiu uma área de 50 quilômetros quadrados, entre Cocal e outros dois municípios (Buriti dos Lopes e Bom Princípio), até encontrar o Rio Parnaíba.
Corpos foram encontrados pendurados na copa de árvores. A violência das águas chegou a cortar a BR 343, na localidade Serragem, onde existe uma ponte, já no município de Buriti dos Lopes, a 60 quilômetros da barragem.
Por tanto, uma tragédia anunciada que teve nove mortes confirmadas. Numa perfeita demonstração de incompetência, irresponsabilidade e negligência, baseado em ordem de supostos técnicos, através da EMGERPI (Empresa de Gestão de Recursos do Piauí), como por exemplo, o engenheiro Luiz que afirmou rasgar o diploma se a barragem rompesse.
Eaí? Será que o ' engenheiro' rasgou o seu diploma, como prometeu ? Mesmo que tenha rasgado, NADA irá amenizar a dor e o sofrimento daquele povo. Na verdade, o engenheiro deveria voltar a estudar, e não brincar mais com vidas humanas.
A tragédia de Algodões l nunca deverá ser esquecida. Hoje, dia, 27 de maio de 2022, é Feriado Municipal.
Por repórter João Ferreira | Blog Cocal Alerta
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